domingo, 2 de setembro de 2018

Dar peixe, ou Dar Anzol?

Na época da minha adolescência morávamos em Garanhuns, PE. Meus pais eram considerados "Americanos Ricos", pelo fato de serem Americanos e morar em uma casa grande (que não era deles) com terreno bem grande. Na realidade era terreno reservado para duas casas, mas apenas uma havia sido construída, então havia um terreno grande ao lado de nossa casa, e papai plantava muitas coisas nela.

Por sempre haver pessoas pobres (Mateus 26:11, Marcos 14:7, João 12:8), tinha muita gente que ia bater na nossa porta pedindo ajuda. Às vezes era dinheiro para comprar remédio, às vezes era dinheiro para comprar comida, até dinheiro para viajar. Mas meus pais "nunca" davam dinheiro. Se era para comprar remédio, eles pediam a receita médica, iam na farmácia e compravam e davam o remédio de que a pessoa necessitava. Quando era para comprar comida, então eles davam comida. Eu sei, pois era eu que ia na fábrica (moinho) comprar meia arroba (7,5 kg) de fubá, que era colocado em 15 sacos de plástico de 0,5 kg cada. A fábrica não era longe, mas 7,5 kg era pesado para um garoto magrinho como eu. Meus pais diziam que não davam o dinheiro, pois não confiavam que seria utilizado para a necessidade alegada. Verdade seja dita, algumas pessoas que vinham pedir remédio, quando solicitávamos a receita médica, nunca mais voltavam. Usavam a desculpa para obter dinheiro para comprar outras coisas (tipo cachaça). Já vi pessoas dizerem que estavam com fome e quando demos um pão, jogavam o pão fora na esquina. Já vi outras pessoas pedirem alimento, e quando demos pão comeram antes de chegar na esquina. Às vezes meus pais diziam, temos uma estrovenga (foice) e precisamos que cortem a grama (e o mato). Pagaremos pelo serviço. Alguns aceitavam e pagávamos com dinheiro e comida, outros iam embora pois não queriam trabalhar. A bíblia orienta que os vagabundos deixem a preguiça de lado e vão trabalhar. "... se alguém não quer trabalhar, também não coma." 2 Tessalonicenses 3:10 Não está falando do que tem dificuldade em arranjar emprego, mas está falando do que não quer trabalhar.

Sempre me foi ensinado que é melhor dar o anzol do que o peixe. Ajude a pessoa arranjar um emprego, uma profissão. Inclusive meus pais ajudaram a pagar estudos para diversas pessoas, e abriram seu lar para receber outros (de fora, que moravam longe) enquanto estudavam.

Eu vejo no Estado a obrigação de facilitar a abertura de empregos (com menos encargos governamentais e menos burocracia) e a responsabilidade de prepará-los para o trabalho. Isso inclui oferecimento de cursos profissionalizantes, e de ensino de qualidade. Não vejo no Estado a responsabilidade de sustentar "anos a fio" quem não trabalha. Até porque esta atitude gera nas pessoas: 1) dependência do estado, 2) comodismo e preguiça de procurar emprego (para não perder o auxílio governamental). O primeiro caso gera pessoas que votarão nas pessoas que prometem continuar com o auxílio (para perpetuá-los no poder). O segundo caso gera uma multidão de parasitas que não querem trabalhar (mas querem comer, do bom e do melhor).

Sonho com um governo que valorize a família. Que permita que a família eduque seus filhos no caminho que devam andar. Que ofereça ensino e conhecimento (erroneamente chamado muitas vezes de educação) de qualidade, sem doutrinação partidária, sem patrocinar historiadores para contar a estória distorcida. Sonho com um governo que não patrocine criminosos, fanáticos, pessoas com o caráter distorcido para o mal e o errado. Sonho com um governo que dê proteção ao cidadão de bem e não ao bandido. Como evangélico e cristão, sonho com um governo que não ridicularize minha fé e permita que eu me expresse e fale de minha fé, sem medo de ser preso (por citar certos textos da Bíblia Sagrada que denunciam o pecado. Pecado é o que desagrada a Deus. Quem não crer que existe um Deus, não entende o conceito de pecado. Infelizmente vão ter uma surpresa desagradável no dia do juízo final). Sim, sonho (e sonhar não é pecado, a não ser que seja sonhado na hora do trabalho) com um futuro melhor para meus filhos e netos. Que possamos estudar os fatos do passado (sem distorcê-los) para obter informações para o presente, para moldar um futuro melhor para todos. E lembre-se, o seu direito termina onde o meu começa (e vice-versa).

Passei minha vida profissional como professor universitário, ajudando meus alunos fabricarem os seus próprios anzóis.